Publicado em 23 de ago de 2018 por Mayara Armstrong

Assim como os outros dias, a programação do sexto dia de festival é fixa e começou cedo. No período matutino, o público pode conferir a reprise dos filmes exibidos na noite anterior no Palácio dos Festivais, bastava apenas ir nas sessões, às 9h, que aconteciam no Teatro Elisabeth Rosenfeld, localizado na Câmara de Vereadores de Gramado. Lá, foram exibidas as reprises do longa estrangeiro Mi Mundial, de Carlos Morelli, e do longa nacional, Ferrugem, de Aly Muritiba. Mas antes das reprises, aconteceu uma sessão com bate papo da mostra infantil de A Chave do Vale Encantado, filme de Oswaldo Montenegro.

E no hotel, quase que simultaneamente, acontecia as Coletivas de Imprensa Exclusivas de ambos os filmes, com curiosidades sobre o desenvolvimento do longa, sua criação, roteiro e personagens.

No começo da tarde, no Palácio dos Festivais, houve a mostra de longas metragens gaúchos, onde o filme A Palestina Brasileira, de Omar L. De Barros Filho foi exibido. E, mais tarde, as 16h, na Sala de Debates do Hotel Serra Azul, teve o debate da produção. O filme acompanha a história de seis famílias migrantes palestinas moradoras do Rio Grande do Sul e seus descendentes, retratando sobre xenofobia, guerra, culturas diferentes e todas as dificuldades vivenciadas.

Confira:

Já ás 14h, no Teatro Elisabeth Rosenfeld, na Câmara de Vereadores de Gramado, aconteceu uma sessão da mostra acessível em parceria com o Instituto Estadual de Cinema – IECINE do Rio Grande do Sul. A mostra apresentou o filme infantil Malévola, de Robert Stromberg. Filme baseado no conto da Bela Adormecida, porém este pelo olhar da vilã, Malévola, interpretada por Angelina Jolie. A sessão contou com legendas descritivas, interprete de libras e áudio descrição das cenas.

No começo da noite, no Palácio dos Festivais, houve as exibições de mais dois curta e longas metragens da competição. No primeiro momento da noite, foram apresentados, respectivamente: Estamos Todos Aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim; E o longa metragem estrangeiro, Averno, de Marcos Loayza.

O curta é uma mobilização da protagonista, Rosa, diante um despejo populacional – diga-se higienização social. Estamos Todos Aqui, conta a história de união e mobilização social dos moradores da favela para, juntos, criarem voz, e intersecciona a luta por moradia ao debate sobre vivências periféricas marcadas pelas questões de gênero e sexualidade. Ambos os diretores, subiram ao palco levando os dizeres “Quem mantou Marielle Franco?” e “MARIELLE VIVE”, demonstrando uma posição política forte e a realidade tão atual explicita no curta.

Averno, longa uruguaio com mescla boliviano, retrata uma espécie de limbo – esta chamada Averno – onde habitam pessoas vivas e pessoas mortas, porém poucas pessoas possuem o dom de encontrar a limbo. O filme acompanha Tupah, um jovem de classe média baixa que está em busca de encontrar Averno para resgatar seu tio.

Confira o trailer do longa estrangeiro:

Houve uma pausa, já que dando sequência na noite acontece a homenagem para a atriz e cantora latino-americana Natalia Oreiro e a entrega do Trofeu Kikito de Ouro. Além das exibições do curta metragem Nova Iorque, de Leo Tabosa, e do longa brasileiro, A Chave do Vale Encantado, de Oswaldo Montenegro.

Natália Oreiro subiu ao palco para receber a homenagem, o Kikito de Cristal. Com uma carreia de impressionar, aos 41 anos Oreiro já ganhou diversos prêmios como atriz no cinema e televisão e como cantora. Sua canção “United by Love” foi uma das músicas tema da Copa do Mundo de Futebol 2018, na Rússia. Recebeu uma homenagem em vídeo sobre toda sua trajetória. Em seu discurso de agradecimento, a atriz destacou sobre a importância da representatividade feminina.

No mesmo dia da homenagem, aconteceu uma Coletiva de Imprensa com a cantora e atriz na loja de cristais, onde Oreiro acompanhou de perto o desenvolvimento de seu Kikito, o passo a passo do processo de criação do cristal no formato do prêmio.

Promovendo o curta Nova Iorque, o diretor Leo Tabosa subiu ao palco para dar suas considerações. Tabosa revelou que, embora a produção sobre uma ficção, também é de cunho documental, pois, “(…) faz um resgate da minha infância, da minha história no interior“.

Após, o ator mirim protagonista de Nova Iorque, Juan Calado, passou pelo tapete vermelho e subiu ao palco com uma marionete de gato, fazendo referência a outro personagem importante no curta. O ator desejou:

“(…) Eu queria que vocês tivessem uma ótima sessão porque foi um ótimo filme que a gente fez. Espero que vocês gostem”

Ator mirim Juan Calado e sua marionete. Foto por: Kauana Amine.

Oswaldo Montenegro, diretor, produtor, narrador e responsável pela trilha sonora do filme A Chave do Vale Encantado, subiu ao palco para fazer suas considerações sobre a produção, ao lado de Madalena Salles, que interpreta a Vovozinha; Kamila Pistori, que dá vida a Bruxa; E, Deto Montenegro, que interpreta o Lobo Mau.

O longa compõe a amostra infantil, retratando um lugar mágico onde os personagens dos contos de fadas moram. Personificando os personagens, Oswaldo nos cativa, emociona e surpreende. Quando subiu ao palco para falar sobre a produção, dedicou ela à sua ex mulher, Madalena Salles, que interpreta a Vovozinha do conto da Chapeuzinho Vermelho. Montenegro fez referência, também, à personagem de Madalena, já que ambos serão avós novamente.

Vale destacar que o filme do Oswaldo faz parte da mostra infantil e não está na mostra competitiva, a produção acabou substituindo o longa O Banquete, de Daniela Thomas, que infelizmente deixou a competição e exibição na 46º Edição do Festival de Cinema de Gramado, devido a morte inesperada de uma pessoa envolvida com a produção do longa. Assim, respeitando a decisão, a equipe de produção do Festival exibiu o longa A Chave do Vale Encantado substituindo o horário de exibição do filme O Banquete.

Após as exibições da noite, se encerrou o sexto dia do 46° Festival de Cinema de Gramado.

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