Publicado em 26 de maio de 2017 por Artur Batista

“Encarcerados” é aquele tipo de livro que já fisga atenção por conta da capa. Esse mascarado bizarro – com essas seringas bizarras, nesse fundo negro bizarro – me alertou com força sobre uma possível história sombria. Descobri o livro através da booktuber Pam Gonçalves, há uns três anos, e de cara já soube que iria gostar, não só por causa da empolgação que ela usou para falar da obra, mas porque o enredo parecia realmente bom. Agora, depois de tanto tempo, resolvi dar a cara a tapa e me jogar nesse mundo criado por Alexander Gordon Smith.

A história gira em torno de Alex, um garoto que logo cedo entrou para o mundo do crime. Mundo esse que, basicamente, se resumia em furtar casas.

Certo dia, quando o jovem Alex resolve invadir uma casa na calada da noite, junto com seu amigo Toby, os dois acabam sendo surpreendidos por pessoas estranhamente peculiares. Homens de terno preto com olhos prateados e uma pequena criatura mascarada encurralam os garotos e acabam por matar Toby. Alex foge, mas não faz ideia de que será injustamente responsabilizado por esse crime.

Por causa de um evento que não foi muito explorado nesse volume, o Verão do Massacre, foi criada uma penitenciária monstruosa, conhecida como Furnace. A dita cuja detém seus prisioneiros nas entranhas da Terra, quilômetros e quilômetros abaixo da superfície.

Após ser julgado, Alex é enviado para Furnace. Lá acaba por conhecer Donovan, seu companheiro de cela. E se aproxima de Zê, um garoto que conheceu no tribunal, e que foi tão injustiçado quanto Alex. Os três passam por situações desumanas, desde o trabalho pesado que são obrigados a fazer, até às atrocidades que acabam por testemunhar, como ver um dos “amigos” virar uma espécie de monstro e matar o próprio companheiro de cela, mesmo que este fosse um completo babaca.

E então, já cansados da tortura que é viver em Furnace, Alex e Donovan bolam um plano tão louco quanto genial para fugir da prisão. E se você alguma vez se perguntou se seria possível fugir de uma grande prisão usando apenas luvas de borracha, pode acabar se surpreendendo com a resposta.

A história é muito boa. O autor conseguiu apresentar problemas e ir destrinchando cada um de forma organizada e viciante. Mas algumas questões me surgiram, e espero que sejam respondidas ao longo da série. Como, por exemplo, para onde são enviadas as GAROTAS criminosas; como realmente aconteceu o Verão do Massacre; qual o real intuito de Furnace; como ninguém sabe o que acontece ali se é um mundo moderno, em que há câmeras, televisão e outros meios que poderiam facilmente denunciar as atrocidades da prisão; como conseguiram explodir a Sala Dois sem causar desmoronamentos e tal.

O livro termina em um misto de emoção e surpresa, e com uma promessa que PRECISA ser cumprida no segundo volume da série, Solitária. #ForçaDonovan

Vale a pena ser lido. Não apenas pela curiosidade de saber como Alex se atreveu a fugir de um lugar tão horrendo quanto Furnace, mas porque tem uma escrita tranquila e leve, apesar do suspense que paira sobre a história como um grande véu de escuridão.

Recomendadíssimo.

“Sob o céu está o inferno. Sob o inferno, a Penitenciária de Furnace.”

 

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