Publicado em 30 de jul de 2016 por Tarcio Matos

Demolição

Demolição

2016Duration unknown
Overview

Um homem bem sucedido (Jake Gyllenhaal), que trabalha em um grande banco de investimentos, entra em processo de colapso emocional depois de perder a sua esposa em um trágico acidente de carro, do qual sobreviveu. Um dia, ele recebe uma ligação da atendente (Naomi Watts) de uma empresa para qual ele continuamente envia cartas de reclamação. Ele não sabe, mas este encontro poderá mudar o rumo da sua vida daquele momento em diante.

Metadata
Runtime Duration unknown
Release Date 6 abril 2016
IMDb Id tt1172049
Images
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Depois de alguns erros no início da carreira, Jean-Marc Vallée se provou muito talentoso quando começou a trabalhar com drama. Ele persistiu no gênero até ganhar muita atenção com o sucesso inegável do ótimo “Clube de Compras Dallas”. O lado ruim de um diretor acertar com frequência, é que os fãs criam expectativa, principalmente, quando ele se une à uma ótima equipe, como ocorre nesse caso.

Será que ele conseguiu acertar novamente?

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O primeiro ato é, de fato, interessante. Em seus primeiros minutos há um grande acontecimento que vai impulsionar toda a trama. Então, logo no início, notamos o tom que a trama vai seguir. Através de uma edição ágil, somos apresentados ao dia-a-dia do personagem, criando de uma forma eficiente toda a base do filme para os acontecimentos que virão.

Jake entrega uma boa interpretação. Ele está contido, com um grande trabalho nos olhares e gestos do personagem. Alguns trejeitos são utilizados com frequência para ajudar a demonstrar como ele está lidando com o que ocorreu, o que acaba sendo um dos pontos mais instigantes da história. A Naomi está muito bem no papel, e eles possuem uma boa química em cena. A ligação entre os personagens é feita de uma forma envolvente, abrindo espaço para um desenvolvimento conjunto que fortalece a relação.

A grande surpresa não é o protagonista, o novato Judah Lewis rouba as cenas. Ele cria uma laço de amizade cativante com o protagonista, de uma forma que ambos se ajudam a superar o que estão passando. Porém, infelizmente, houve muito potencial desperdiçado. O roteiro levanta assuntos mal trabalhados sobre a sexualidade dele, que me pareceu apenas uma forma de usar isso como piada e para chamar a atenção do expectador, pois a construção é desleixada.

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Em seu ato final, o filme entra em uma queda livre decepcionante. O roteiro conseguiu construir uma boa trama, mas começa a inserir acontecimentos desnecessários e precipitados que fogem completamente da qualidade que já tinha estabelecido. Conforme vão acontecendo, cenas que poderiam ter bons desfechos perdem parte do impacto. Até os personagens principais são afetados pela má estruturação do roteiro, com conclusões que deixam a qualidade muito distante do potencial que tinha sido mostrado. Parece que o roteirista fez um final apressado para conseguir entregar no prazo.

O Jean-Marc faz um bom trabalho no restante do filme. A movimentação de câmera é muito perspicaz e cuidadosa, combinada à uma fotografia bonita que cria toda a atmosfera ideal. A trilha sonora é excelente. A maior parte das músicas possui um estilo melancólico que encaixa perfeitamente com a história que está sendo contada.

Dos últimos trabalhos do diretor, “Demolição” é o mais fraco. Não vá assistir com expectativa alta por causa da equipe, a decepção pode ser grande. O roteiro mal estruturado foi o maior inimigo do filme, mas o diretor conseguiu contar boas histórias de superação com um elenco muito competente.

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