Publicado em 10 de ago de 2022 por Mayara Armstrong

Rodado em São Paulo, o longa traz Marcélia Cartaxo como uma mãe em busca do filho desaparecido.

O novo trabalho de Cristiano Burlan, A MÃE, terá sua première nacional na próxima sexta (12/08), abrindo a Mostra Competitiva do Festival de Gramado. Marcélia Cartaxo (premiada no Festival em 2019 por “Pacarrete”) interpreta a protagonista do filme, uma mulher cujo filho desapareceu, e ela fará de tudo para o encontrar. A produção do long é assinada pela Bela Filmes, e o longa tem coprodução da Filmes da Garoa e Cup Filmes. A distribuição é da Cup Filmes. O longa fez sua estreia mundial no Festival de Málaga, em março passado.

Roteirizado por Burlan e Ana Carolina Marino, o longa tem ao centro Maria (Marcélia, prêmio de Melhor Atriz no Festival de Berlim, por “A Hora da Estrela”), uma mulher que procura seu filho que pode ter sido assassinado por policiais militares durante uma ação na vila onde moram.

Maria embarca, então, numa jornada em busca desse filho, e precisa enfrentar a burocracia opressora das grandes metrópoles para poder vê-lo uma última vez. Assim, A MÃE coloca o foco em outro elemento afetado pelo genocídio sistemático nas periferias brasileiras: como ficam as matriarcas que perdem seus filhos e filhas?

Burlan conta que desde o início do projeto teve Marcélia como o rosto de Maria. “Um rosto que reflete a dureza da vida, mas também sua inocência e compaixão.” Além dela, o filme conta também com Helena Ignez, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho, Kiko Marques, Hélio Cícero, Mawusi Tulani, Che Mois, Tuna Dwek, Carlos Meceni, entre outros.

O longa foi rodado em São Paulo, no começo de 2020,  com locações no centro de São Paulo e no Jardim Romano. O filme dá continuidade ao trabalho desenvolvido pelo, com documentários e ficções, que visam trazer humanidade para as populações periféricas.

Meu irmão foi assassinado pela polícia em 2001. Dois anos depois, fiz o documentário ‘MATARAM MEU IRMÃO’. Em 2012, minha mãe foi morta pelo namorado e em 2017 fiz ‘ELEGIA DE UM CRIME’. Minha história não é uma exceção. A impunidade, o preconceito, a desigualdade, a mídia e os governos transformam essas vidas em números. Mas por trás das estatísticas existem irmãos, amigos, mães e filhos”, diz Burlan.

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