Publicado em 26 de set de 2018 por Mayara Armstrong

Uma empresa de moda feminina norte-americana chamada Yandy, lançou uma linha de fantasias para o Halloween inspirada na série da Netflix, O Conto da Aia – baseada no livro de Margaret Atwood. Porém, como se já não bastasse, a loja criou uma edição “sexy” para a fantasia, o que, obviamente, gerou muita polêmica.

A fantasia imita as roupas da Aia na série: Capa vermelha e touca branca. A polêmica começou pela contextualização da série – onde as Aias são mulheres capturadas por um governo autoritário usadas como escravas sexuais e geradoras de bebês da elite. Logo, quem tem mais dinheiro pode “contratar” os “serviços obrigatórios” de uma Aia. A série foi considerada uma das séries de TV mais feminista da história, levantando diversas bandeiras em prol do feminismo, diretos humanos e politicas publicas especialmente para as mulheres, trazendo visibilidade para temas como estereotipos de gênero, classe social e hierarquias.

E, claro, pela contextualização da fantasia, sendo usada como uma espécie de sátira, onde a partir da contextualização da série, facilmente abre a interpretação de que quem a veste está sujeita a ser objetificada e usada como escrava sexual, podendo correr séries riscos de estupros e demais violências. Ou seja, basicamente diz: “homens, abuse-as”. Sexualizar a violência… Excluir a visão feminina sobre o assédio… Romantização de relacionamentos tóxicos… ATÉ QUANDO?

A empresa foi ainda mais fundo e lançou a fantasia com o nome “Brave Red Maiden Costume (Fantasia de Corajosa Donzela Vermelha). Ao ser indagada de forma negativa sobre a influência da contextualização da série, Yandy retirou-a do ar, e pediu desculpas. Em nota oficial nas redes sociais da empresa, foi destacado aparentemente a ideia: “(…) testemunhado seu uso nos últimos meses como imagem poderosa de protesto”.

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