Overview
O Filme tem origem na fantasia mas tentam transformar em algo mais pro gênero de super-heróis e este é seu maior problema.
Aqui acompanhamos a história de Jack, um adolescente que vive à margem da sociedade e que piora seu status quando passa a acreditar nas histórias de ninar que seu avô contava sobre um orfanato para crianças especiais.
Somos apresentados a crianças que tem capacidades assustadoras: iniciar incêndios, petrificar pessoas, transferir seu coração para outros corpos, ver monstros que ninguém mais pode e assim por diante. Tudo isso em meio a Segunda Guerra Mundial. É o projeto perfeito para Tim Burton, caricato e com aquele teor de suspense acessível para um público mais jovem.
Sua base é pesada e dramática mas perde espaço para tentar transformar em algo “super-heroico” (talvez a FOX cansada de tanto errar em X-Men, tenta fazer do modo certo nesta franquia já que ambas tem bases similares: crianças afastadas da sociedade por ter superpoderes).
Mesmo sem usar todos os personagens, eles fazem questão de dar no minimo uma ideia de personalidade ou função dentro do grupo, mas esquecem totalmente do protagonista que até acertam na escolha do ator, Asa Butterfield, que convence como menino deslocado mas sua atuação é extremamente automática, nem parece a mesma pessoa que esteve em A Invenção de Hugo Cabret.
Pode ser que a necessidade de fazer o filme “bombar” de primeira faça com o que estúdio apele pro gênero do momento e perca a chance de encontrar finalmente o Harry Potter desta geração. É apressado e não aproveita as tramas que seu contexto pode entregar para dar lugar a necessidade de um vilão que possa render uma mini batalha na conclusão do filme.
A relação entre os personagens é o segundo maior problema do filme, longas metragens com duração convencional que não passe dos 180 minutos sobre grupo, consequentemente tem a obrigação de estabelecer diversos personagens, este tipo de filme carece de pontos a mais no roteiro em relação a outros filmes sobre um único personagem. A urgência de estabelecer universo, feitiços e vilão em um espaço aproximado de 127 minutos não permite que flua um bom drama de Jack com o pai ou a bizarra relação dele com Emma.
Nunca saberemos com certeza se teve intervenção do estúdio ou Tim Burton trilha mesma seu caminho para a mediocridade, porém toda sua experiência não morre, apesar de ficar no meio termo, o filme tem seus momentos de qualidade e referencia ao próprio diretor, exemplo: uma cena que descartam o CGI e usam Stop Motion.
O filme passa longe das adaptações de Percy Jackson ou da sequência de Maze Runner, mas também não chega aos pés de qualquer filme da franquia da J.K Rowlling.