Overview
A Operação Dínamo, também conhecida como o Milagre de Dunquerque, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial, onde mais de trezentos mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho de 1940, devido à invasão de França pelas tropas nazis. Milagrosamente e devido a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã, os soldados conseguiram escapar por via marítima até a cidade inglesa de Dover.
Eis que três anos após o “polêmico” Interestelar, Christopher Nolan(Batman: O Cavaleiro das Trevas , A Origem) retorna em um gênero que nunca explorou e opta por seguir caminhos diferentes dos habituais de sua carreira. Pelo o que vejo, grande parte dos cinéfilos são divididos em extremos quando se trata dele. Não acredito que ele seja excepcional, mas está longe de ser ruim.
Diferente do trabalho anterior, seu grande parceiro(e irmão) de roteiro, Jonathan Nolan, não está envolvido neste projeto. Quando assisti, entendi melhor o motivo.
Antes de tudo, indico que leiam sobre a história de Dunkirk antes de assistir o filme. Não é essencial, mas vai ajudar no entendimento geral.
Dunkirk não é aquele típico filme do gênero que, no início, constroem a base dramática para situar o público e depois começa a ação. A proposta aqui é nos imergir na guerra, e a despretensão é a alma da obra.
Não há espaço para diálogos expositivos, temos que juntar as peças que foram entregues. Nolan faz o oposto de tantos outros filmes dele que focam em efeitos visuais grandiosos e tramas “complexas”, pois aqui ele aposta na simplicidade do roteiro. Ter pouca conversação ajuda na conexão do expectador com o mais importante em tela, a jornada.
Com poucos diálogos, o elenco tem que executar um trabalho mais desafiador. Os soldados principais são formados por atores pouco conhecidos, mas são muito competentes, assim como os atores mais famosos. É interessante como as tramas dos personagens são divididas em partes, parecendo que não tem o protagonista definido, mas todas as partes com dramas fortes e importâncias diferentes. Mesmo com pouco, os relacionamentos são plausíveis.
A ótima direção do Nolan é um dos maiores destaques. Grande parte da imersão criada foi graças ao trabalho incrível e maduro entregou. É impressionante como ele consegue nos inserir na situação dos soldados e manter o ritmo intenso durante toda a duração.
A trilha sonora e toda a sonorização são memoráveis. Foram as partes técnicas que mais me impressionaram. O Hans Zimmer compôs a trilha, há anos que não vejo um trabalho tão notável vindo dele. Por isso indico fortemente que tentem não assistir em casa, porque quanto melhor o cinema, maior será a experiência.
Dunkirk possui uma proposta direta e consegue cumprir com louvor. Apesar de não ter classificação indicativa para maiores, consegue criar uma experiência brutal, visceral e emocionante. Pode apostar que vale o ingresso!