Overview
Quatro crianças encontram um antigo videogame, e são enviadas para a selva adquirindo a forma dos seus avatares no game.
Havia uma grande tarefa pela frente e a Sony Pictures sabia disso ao anunciar um reboot do clássico, tão conhecido e aclamado, de Jumanji. Repleto de referências a grandes filmes clássicos dos anos 90, Jumanji: Bem Vindo à Selva é uma adaptação que irá atrair um novo publico e satisfazer os fãs nostálgicos.
A grande sacada do filme é que ele não tenta ser perfeito, muito menos ser o melhor. Bem Vindo à Selva atrai os espectadores de forma escrachada, se adapta a pós modernidade e lida com as pré-críticas negativas do publico, entregando um filme cômico e inusitado. Sem, é claro, perder as características fortes do antecessor: Um jogo sedento por jogadores; Uma aventura na selva; Jogadores despreparados; E, como se já não bastasse, o novo filme começa do ponto de partida onde o tabuleiro de Jumanji foi ‘abandonado’.
As adaptações são convincentes, usam da tecnologia sem perder características comuns dos séculos passados. O tabuleiro se transforma em um vídeo game – estilo mega drive e super nintendo –; Avatares – personagens jogáveis –, Fases; Objetivos; Vidas limitadas; NPC‘s – personagens não jogáveis – repetindo frases norteando os participantes; E, claro, menu próprio de cada avatar, com forças e fraquezas.
No primeiro momento do filme, somos apresentados aos adolescentes, estes, no colégio. Os quatro possuem características totalmente diferentes e fazem parte de grupos sociais distintos – temos o atleta, o nerd, a ‘estranha’ e a ‘princesa’ – , todos ficam em detenção – alá Clube dos Cinco –. Tentando amenizar a punição, acham o game e o jogam. Após escolher seus avatares, os adolescentes são sugados para dentro do jogo, e, transformados nos respectivos personagens escolhidos.
O nerd, inseguro e desprovido de força física, vira o Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson), personagem principal do jogo, contrario de sua aparência e habilidades. A ‘estranha’ anti social se transforma em Ruby Roundhouse (Karen Gillian), o centro das atenções de qualquer homem heterossexual do jogo – seu figurino, também muito críticado negativamente, foi explicado no filme, apesar de receber uma explicação superficial e objetificada. Torna-se perceptível como a própria personagem lida com essa dualidade, fazendo constantes indagações sobre a objetificação do corpo feminino, ao mesmo tempo que usa sua aparência a beneficio do grupo. Ruby remete certa semelhança com Lara Croft, protagonista de Tomb Raider, tanto em aparência quanto em personalidade.
O atleta, se torna Moose Finbar (Kevin Hart), um avatar biólogo que possui metade da altura, e condicionamento físico de seu personagem. Já a ‘princesa’, destaque das atenções e sempre preocupada em manter um corpo dentro dos padrões de beleza socialmente aceitos, vira Shelly Oberon (Jack Black), um cartógrafo, que, não se enquadra nesses padrões – o nome unisex explica o motivo de alteração do gênero no jogo.
Os quatro precisam aprender a lidar com suas inseguranças, novas habilidades e fraquezas, além, é claro, de superar suas diferenças e trabalhar em equipe. É interessante ver The Rock inseguro, não sabendo lidar com seus musculos; Gillian interpretando uma mulher sexy sem a minima pretensão e na alma de uma adolescente ou Jack Black agindo como uma adolescente mimada e metida que ‘da aula de sedução’. Nick Jonas também esta destacavel, apesar da atuação mediana, consegue lidar bem com seu lado dramático e amendrontado – caracteristicas essenciais para seu personagem, e relevante, já que o cantor não possui uma filmografia de peso como os demais atores.
A adaptação dos personagens aos novos corpos, apesar de extremamente caricatos, remete muitos momentos engraçados. Conforme vão aprendendo a lidar com o jogo, mais aparecem situações inusitadas e surpreendentes para o publico que o assiste – já que estes, provavelmente, não imaginariam detalhes tão simples e mediocres. O desenvolvimento do filme foca na aventura, essa muito bem retratada com auxilio da fotografia, efeitos visuais e trilha sonora, remetendo a sensação do telespectador(a) de estar em um jogo real dentro da Jumanji.
Com personagens estereotipados, vilão sem potencial para manter o filme sozinho e piadas escrachadas, Jumanji: Bem Vindo à Selva se caracteriza como um blockbuster divertido para assistir com a família, com muitas referencias clássicas dos anos 90 mas que provavelmente não irá marcar uma geração como seu antecessor.