Publicado em 15 de dez de 2017 por Mayara Armstrong

Coco

Overview

Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas ele precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos. A aventura, com inspiração no feriado mexicano do Dia dos Mortos, acaba gerando uma extraordinária reunião familiar.

Metadata
Director Lee Unkrich
Runtime
Release Date 27 outubro 2017
IMDb Id tt2380307
Images

Mesmo emplacando resultados positivos como Divertidamente e Carros 3, alguns filmes, como, O Bom Dinossauro, por exemplo, parecem aumentar a distância entre o estúdio e seus tempos áureos. E é nessa época de incertezas que Viva – A Vida é uma Festa (Coco) te faz repensar  e reconhecer que a Pixar não deve ser subestimada.

Divertidamente demonstrava sentimentos com representações de fácil entendimento infantil, os sentimentos eram retratados como pequenos personagens físicos que possuíam expressões afetivas, possivelmente tornando o filme apelativo emocionalmente, com um ar dramático carregado. Viva se opõe a essa característica, desenvolve o drama, e temas considerados tabus, com mais sensibilidade, possibilitando ao telespectador sentir gradativamente todas as emoções vivenciadas, tanto pelo protagonista da trama quanto por seus familiares.

Image from the movie "Coco"

© 2017 Walt Disney Pictures − All right reserved.

Em Viva – A Vida é uma Festa há Miguel, protagonista do filme, um menino de 12 anos. O sonho de Miguel é ser um músico famoso, porém, sua família desaprova seu sonho, já que aboliram a música de suas vidas por uma antiga história negativa, marcante e traumática relacionada a cantores. A medida em que os atos vão passando, você passa a entender essa história e se emocionar com cada personagem da família. Os personagens são carismáticos, nos fazem desenvolver empátia por eles de forma natural.

A proibição da música poderia gerar polaridades fáceis para resumir o papel de cada personagem, mas a maturidade de não vilanizar ninguém, abrir portas para resolver os conflitos com diálogo deixa o drama familiar ainda mais comovente. Comoção, por sinal, é o que não falta, já que temos uns três momentos absurdamente emocionantesa sessão que começou com piadas sobre o título original e terminou com marmanjos enxugando as lágrimas.

Image from the movie "Coco"

© 2017 Walt Disney Pictures − All right reserved.

Mas as lágrimas não vem sozinhas, já que a música não só é parte crucial da cultura e trama do roteiro como quase um personagem à parte. As músicas tocadas no violão por Miguel, os clássicos de Ernesto de la Cruz, um divertido festival de música… Todos momentos embalam o filme num ritmo dançante e divertido, mas é a “Lembre-se de mim” que vai te fazer chorar, cantar e simplesmente não tirá-la da cabeça. É de longe um dos melhores temas da Pixar desde as inesquecíveis faixas de Toy Story.

A trama se desenrola tão bem desvendando a mitologia do mundo dos mortos e antecipando a entrada de alguns personagens, que não se sente a necessidade nenhuma de um vilão ou desafios – além do principal e fundamental, o tempo – para que haja os fechamentos dos ciclos. Mesmo assim, há reviravoltas na trama, que consegue surpreender até os mais desesperançosos dos telespectadores. O vilão em si, por sua excentricidade e carisma, também vale mais uma comparação com Toy Story.

Image from the movie "Coco"

© 2017 Walt Disney Pictures − All right reserved.

Não só mais um filme seguindo a fórmula Pixar à risca, com muita diversão e drama, é admirável também a forma de lidar com a cultura mexicana com o devido respeito e atenção, deixando as questões sobre a morte e o morrer, tanto literais como o morrer metafórico e simbólico – sendo este, o esquecimento em si – ressaltando ainda mais a importância da musica tema “Lembre-se de mim” – suaves e naturais até pro mais radical estadunidense ou qualquer pessoa que siga outras bases religiosas e não conheça essas crenças. A representação tem tanto peso que não é surpresa o filme ter tomado proporções históricas no México, e ainda força para viajar o mundo inteiro. É um grande acerto da Pixar que pode facilmente se encontrar na lista dos melhores futuramente, e dá mais crédito para que eles realmente esqueçam as sequências e façam mais apostas arriscadas como essa.

Crítica por: Elvis de Sá do Legado da Marvel

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