Overview
O adolescente Jaime Reyes ganha superpoderes quando um misterioso escaravelho se prende à sua coluna e lhe fornece uma poderosa armadura alienígena azul.
Os lançamentos da DC são aguardados com muita expectativa, mundialmente, todos os anos. Mas, 2023 para nós, brasileiros, tem um gostinho especial: pela primeira vez, uma mulher latina está participando de um filme da DC como protagonista. Bruna Marquezine interpreta Jenny Kord, filha de alguém importante para a história e herdeira de uma grande empresa. E, como protagonista também temos Xolo Maridueña, que interpreta Jaime Reyes, o Besouro Azul.
Tudo se passa em Palmera City, cidade na qual a família de Jenny tem o “Império Kord”, e onde a família de Jaime, imigrantes mexicanos e calorosos, escolheram para viver. Jaime é recém-formado em direito e está em busca de um emprego quando recebe de Jenny um escaravelho para cuidar.
O personagem Jaime apresenta uma ‘jornada do herói’ bem marcada em diversos momentos: vive em seu mundo comum com a família quando recebe o escaravelho que resulta em um chamado para ser super-herói; inicialmente não sabe como lidar com seus poderes; sai da sua zona de conforto; passa por diversos testes; recebe ajuda de Jenny e de sua família até adquirir a força necessária e ter motivações para enfrentar quem precisa. Mas, apesar da fórmula ser comum, ‘Besouro Azul’ tem singularidades que o tornam único e cativante.
Entre as singularidades do filme, um destaque para as questões da imigração, pioneiras em um longa de super-heróis da DC e referências latinas, como Maria La Del Bairro e ‘Chapolin Colorado’. E, devolvendo ao filme referências do Chespirito (Roberto Bolaños – criador de Chapolin, Chavés e outras obras), a família Reyes faz com que o telespectador tenha vontade de atravessar a tela para “entrar e tomar uma xícara de café” em sua casa. São acolhedores, amorosos, unidos, fortes e resilientes, assim como muitas famílias latinas e imigrantes pelo mundo todo. A família Reyes é, sem dúvidas, o maior destaque do filme.
Cada personagem da família tem sua importância e nenhuma atuação passa despercebida: a irmã Milagro Reyes (interpretada por Belissa Escobedo) que entre implicâncias e abraços com Jamie retratam uma relação de irmandade e união; Alberto Reyes (interpretado por Damián Alcázar) mostra um pai-presente que atravessou fronteiras, literalmente, para criar melhores condições de vida para a sua família; Rudy Reyes (interpretado por George Lopez) é o tio-amigo-mestre de todas as horas que ajuda Jamie e Jenny com conselhos e conhecimentos tecnólogicos; Rocio Reyes (interpretada por Elpidia Carrillo), é a mãe que faz de tudo pelos filhos e pela família e a Nana Reyes (interpretada por Adriana Barraza), a super-avó que ganha o telespectador em inúmeras cenas.
Um contraste e tanto para a (falta da) família de Jenny, que já perdeu muitas pessoas, e as que ainda restam são desunidas. E Bruna Marquezine também consegue transmitir esses sentimentos em cena, seja pelos olhares de afeição para a família Reyes, seja pelo seu olhar triste quando relembra momentos de sua infância. No longa, Jenny também é brasileira e carrega todas as emoções que conhecemos desde a sua estreia na novela brasileira ‘Mulheres Apaixonadas’, quando criança. Reflexos de uma atuação maravilhosa, evidenciando também o inglês da atriz: impecável para norte-americano nenhum colocar defeito.
O filme também conta com efeitos visuais elaborados, chamando atenção para o neon e para as cores vibrantes. E, apesar de ter um vilão que não causa grandes emoções, traz cenas de ações importantes para intercalar com as cenas dramáticas e as divertidas, marca registrada em alguns filmes de super-heróis da DC, que mantém suas características, mas também se renova. Assim como fez com Besouro Azul, superando as expectativas do telespectador e tendo potencial para se destacar como um dos melhores filmes de super-heróis do ano.
Alerta Spoiler para as cenas pós-créditos:
O filme possui duas cenas, a primeira delas indica o que vem por aí, com uma mensagem de um integrante da família Kord, e a outra gira em torno da referência que aparece do Chapolin Colorado. Uma bela menção e representatividade latina. Não contavam com a minha astúcia.