Overview
Nancy Stokes, uma viúva aposentada, contrata um jovem garoto de programa, Leo Grande, para curtir uma noite de prazer e auto-descoberta depois de uma vida sem-graça de casada.
Realizar uma comédia romântica onde o foco são dois personagens e atores totalmente diferentes não é uma tarefa fácil, mas em Boa Sorte, Léo Grande houve uma experiência positiva, ainda mais por debater temáticas tão comuns e atuais, de forma harmoniosa e sensível.
Somos apresentados a dois personagens, Léo Grande (Daryl McCormack) e Nancy Stokes (Emma Tompson).
Ela, mulher mais velha, viúva, mãe de dois filhos. Professora aposentada. Licenciava sobre costumes morais e ética. Casou-se com a única pessoa que namorou na vida. Filhos já estão encaminhados. Não possui muitas amizades. Um pouco conservadora. Possui uma vida monótona e entediante. Nunca teve um orgasmo na vida.
Ele, homem mais novo, solteiro. Independente. Esteve com muitas pessoas na vida. Jovem inteligente, apesar de não especificar se possui algum grau de escolaridade. Não possui muitas amizades. Liberal. Garoto de programa.
A história de ambos se cruza quando Nancy, decide, pela primeira vez em sua vida, ser um pouco mais liberal. Ela, com 55 anos, está em busca de ampliar suas experiências sexuais e, com sorte, ter seu primeiro orgasmo. Assim, ela procura o garoto de programa, Léo. Jovem de corpo sarado, compreensível, paciente e muito experiente.
Nancy, insegura com a situação, constantemente entra em monólogos, conta histórias e tenta entender a história de Léo em uma tentativa quase que frustrante de tornar essa aventura mais aceitável. Nancy é uma personagem repleta de costumes e bons modos. Ela constantemente se movimenta, gesticula com as mãos e inicia histórias ao tentar justificar tal sentimento ou comportamento. Léo é diferente, demonstra-se seguro, calmo e paciente. Ele tenta compreender as histórias e sentimentos de Nancy. Misterioso ao mesmo tempo cativante, por vezes, acaba se divertindo com a personalidade de Nancy – muito diferente da sua.
O foco principal do filme são os encontros dos personagens, com diálogos repletos de questões morais, experiências completamente distintas e sua grande sede por -auto- conhecimento e liberdade. Um acaba por entender muito mais de si com a história do outro e ambos passam a se transformarem. Diferente de diversas comédias românticas, Boa Sorte, Léo Grande, é muito mais sobre autoconhecimento, aceitação e liberdade. Quem é você na sociedade atual? Ou melhor, quem você gostaria de ser? Como você gostaria de ser?
A ambientação do filme se passa, quase que inteira, em um quarto de hotel, um local onde ambos estão se conhecendo e ambientando-se. À medida que os encontros evoluem e os personagens tornam-se mais envolvidos entre si, esse cenário muda, demonstrando a evolução e segurança que ambos possuem com o outro e consigo mesmo.
Com roteiro atual e atuações verdadeiras, Boa Sorte, Léo Grande não deixa espaços para cenas cansativas e maçantes e torna-se justamente o oposto, um filme imprevisível que pode se tornar um abraço para quem desejar.