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Todos merecem uma grande história de amor. Mas para Simon Spier, com dezassete anos de idade, é um pouco mais complicado: ele ainda não contou à família ou amigos que é gay e não sabe quem é o colega anónimo por quem se está a apaixonar na internet. Tentar resolver as duas questões irá tornar-se divertido e aterrorizante, levando a uma mudança na sua vida.
Se o diretor John Huges (Curtindo a Vida Adoidado, Clube dos Cinco) ficaria orgulhoso ao ver mais uma comédia adolescente herdeira de suas obras chegar às telas grandes, isso a gente nunca vai saber. O que temos que certeza é que COM AMOR, SIMON (Love, Simon) merece essa atenção no circuito mainstream que vem ganhando desde sua estreia em 5 de abril (Brasil).
Com 17 aninhos na cara e ainda descobrindo as dores e delícias de ser adolescente, o tímido Simon Spier – interpretado pelo também introvertido Nick Robinson – vive um momento delicado em seu processo de amadurecimento: ele já se descobriu gay, mas ainda não comunicou o fato aos seus amigos e família.
Eis que então Simon começa a trocar mensagens anônimas com outro garoto que usa o pseudônimo de “Blue” e passa pela situação que a dele. Tudo poderia ser tranquilo, se não fosse Martin, um babaca de sua escola que descobre o segredo do menino e começa a chantageá-lo.
O longa é baseado no romance de Becky Albertalli (intitulado Simon vs. the Homo Sapiens Agenda) e conta com atuações de Jennifer Garner (do saudoso “De Repente 30”), Josh Duhamel (Transformers) e Katherine Langford (13 Reasons Why), além de uma trilha sonora nostálgica e ao mesmo tempo morderninha – destaque para a performance de Robinson na cena de “I Wanna Dance With Somebody” de Whitney Houston.
Com esse apelo comercial e super pra “frentex“, diretor Greg Berlanti a distruibuidora 20th Century Fox se utilizam para contar o que esteticamente parecia ser mais uma história teen convencional. E é exatamente nesse quesito que Com Amor, Simon merece aplausos: temos pela primeira vez um filme digno de Sessão da Tarde abordando temas relacionados a comunidade LGBT.
Se desde os anos oitenta a cultura pop estava acostumada com personagens heterossexuais no ensino médio vivendo dramas românticos, chegou a hora de diversificar a roda e explorar diferentes tipos de amor. Demorou, mas chegou!
Claro que provavelmente Simon e sua turma não serão indicados ao Oscar. Afinal, não estamos falando de um filme cheio de lirismos e com um final trágico, como O Segredo de Brokeback Mountain ou recentes Me Chame Pelo Seu Nome e Moonlight.
Entretanto o prêmio maior do longa é falar com todos os públicos de todos as idades: cenas envolvendo violência e apelo sexual praticamente não existem na trama e ajudam a suavizar a narrativa, deixando-a leve e gostosa de se desfrutar.
Crítica por: Lucas Machado Coelho – Jornalista