Overview
Jon Baker e Frank "Ponch" Poncherello entraram, por razões diferentes, na Patrulha de Autoestradas da Califórnia. Baker é um antigo motard profissional a tentar endireitar a sua vida e o seu casamento. Poncherello é um convencido agente Federal que está a trabalhar como infiltrado numa investigação a um golpe multimilionário que aparentemente foi realizado… pela própria Patrulha. O novato e o veterano vão ter que trabalhar juntos, mas acabam por chocar, literalmente, nas suas diferenças. No entanto, as habilidades de Baker, enquanto motard, combinadas com o conhecimento de rua de Ponch, talvez façam resultar esta dupla… se não enlouquecerem mutuamente pelo caminho!
Quando você acha que a comédia americana já não tem mais pra onde descer, ela encontra um elevador pro subsolo secreto! É impressionante! Depois de uma grande onda de séries de TV antigas sendo transformadas em filmes duvidosos, chegou o último prego no caixão que essa ideia jaz. Minha mãe era fá da série original em sua juventude. Falei que ia virar filme, total ânimo… Mostrei pra ela o trailer… Nunca vi ela tão decepcionada. Quem me dera também ter parado no trailer!
Mas vamos para a sinopse, antes que eu já entregue a crítica inteira:
Os patrulheiros rodoviários Jon Baker (Dax Shepard) e Frank Poncherello (Michael Peña) têm uma missão: capturar uma gangue de assaltantes de carros exóticos que vem aterrorizando a Califórnia.
O filme é o completo clichê de qualquer adaptação em formato de reboot. Então, o filme começa sem eles se conhecerem. Temos uma pequena introdução para cada um dos protagonistas e então vamos para a missão que os fará serem parceiros. E, obviamente, eles não se gostam logo de cara. Temos o extremamente simpático que força intimidade e o durão que não queria nem ter um parceiro!
E a história continua, com todos os clichês possíveis do gênero. Mas consegue piorar. Onde “Anjos da Lei (2012)” conseguiu, pelo menos, respeitar suas origens, ser nostálgico e ser engraçado sem apelação, “CHiPs – O Filme” só consegue ofender pela qualidade banal e pela baixaria para retirar risadas a força de seu público.
Com 90% de suas piadas sendo sobre órgãos genitais ou fezes, o longa consegue ir piorando mais a cada momento que você pensa “daqui não tem mais pra onde descer”. Pois tem sim. Não há inspiração nenhuma. Com as cenas de ação é exatamente a mesma coisa. Tudo quase mecânico e sem criatividade. CHiPs não oferece nada novo. O diretor, roteirista e astro do filme, Dax Shepard, consegue entregar algo que parece que foi escrito em duas horas e filmado em uma semana. Ainda assim, gastou 25 milhões de dólares em um filme que fez 25,5 milhões em bilheterias. Ainda bem. Que sirva de alerta.
Mas pra não dizer que tudo são falhas, o elenco ainda consegue ter química o suficiente pra manter o filme suportável. Michael Peña, que está merecendo um filme bem melhor que esse, se entrega o tanto quanto possível com um roteiro dessa qualidade. E Kristen Bell, casada com o Shepard, prova que os votos de casamento realmente são importantes, e talvez entrega a melhor atuação, mesmo que em poucas cenas, que o filme tem! A sua presença é hilária.
CHiPs não é engraçado como filme de comédia, não é eletrizante como filme de ação e fica pairando sem gênero por longos 101 minutos! E, pelo menos nesse caso, é ótimo termos apenas uma pessoa pra culpar. Dax Shepard estrelou, roteirizou e dirigiu a, provavelmente, pior adaptação de uma série de TV até o momento, cujo prejuízo financeiro é uma leve esperança de que os estúdios vão parar de sair adaptando tudo em filme antes mesmo de terem um material que valha a pena. Mantenham-se longe!