Quando a ideia é boa e a narrativa não. O conceito criado para o filme sobre o exorcismo é muito interessante e nunca abordado (se por acaso alguém souber de um filme que tenha trabalhado isso, me avise, pois não sei) aparentemente, invés de termos aquele exorcismo convencional com água benta, rezas ou crucifixos aqui temos a imersão do “exorcista” na mente do possuído, criando um elo maior entre eles e demonstrando uma nova abordagem com enfoque nos pensamentos de cada um.

O diretor do filme vem do gênero de aventuras e talvez aqui vemos aplicação disso, como sendo seu primeiro filme de terror, ele esteja conhecendo o gênero e com isso acontece uma mistura de terror com a aventura, em determinados momentos que talvez deveríamos tomar sustos o filme não entrega, faltou trabalhar o suspense para o telespectador, se sentir aflito com o que está tela.

Além de o enfoque ficar somente no seu protagonista, o filme acaba não desenvolvendo os coadjuvantes ao seu redor e em determinados momentos eles não são necessários para trama e quando eles tentam fazer algo de necessário você não ver razão naquilo, por mau desenvolvimento dentro da história. O crescimento do protagonista durante o filme é a velha jornada do herói que conhecemos.

O menino possuído consegue passar o tom de um ser sobrenatural podendo dar até medo mais o filme não cria essa situação para o telespectador. Durante o ato de desobsessão dele, a narrativa cria um ato ilusório e somos levados a profundos pensamentos e desejos do garoto, é legal de ver, pois quase nenhuma história hoje que seja em filme ou séries mostra esse ponto de vista do possuído.

Dominação é um filme de terror que acaba devendo em seu suspense e não cria uma tensão para sua ideia.