Overview
A organização Outcome, que montou um esquema de uso de remédios para diminuir a dor e aumentar a força e a inteligência de seus soldados, acreditava que Jason Bourne (Matt Damon) estava morto. Mas quando eles menos esperam, Bourne retorna e apesar de ter perdido a sua memória contará com as suas habilidades para lutar contra a Outcome que o quer matar a todo custo.
Quando uma franquia retorna, recebe uma crítica pelo o que já criou, pois esse novo filme é uma parte de vários outros. Com isso, existe uma certa expectativa baseada no potencial do que já foi feito. Estou falando de uma das maiores franquias de espionagem das últimas décadas, que é conhecida há anos pela inovação que trouxe ao gênero e por se reinventar, só que quando os maiores méritos não são mantidos, fica a dúvida se essa sequência foi, realmente, necessária.
Matt Damon continua fazendo um trabalho competente, mas o roteiro impede que ele avance. Ele evoluiu com o passar dos anos de uma forma grandiosa, porém, mesmo com o novo desafio, não foi algo marcante. O desenvolvimento de personagem é mais fraco do que nos anteriores.
O elenco faz um bom trabalho. Tommy Lee Jones entrega uma interpretação sólida como o diretor da CIA. Embora o Vincent Cassel tenha um personagem unidimensional, convence como um assassino hábil e perigoso. Alicia Vikander é a maior supresa do filme. Ela é semelhante à Pamela, só que mais fria e misteriosa, com um objetivo inexato. Um grande potencial que foi muito bem trabalhado, cheia de nuances e camadas que intrigam o expectador. Espero que ela retorne, caso tenha uma sequência.
O Greengrass segue a mesma fórmula de antes e elabora um bom trabalho, mas fez algumas escolhas infelizes na direção. A movimentação de câmera com falta de controle e o excesso de zoom atrapalham em alguns momentos. Por outro lado, ele adicionou mais insanidade na última perseguição, criando um resultado fabuloso. No roteiro, mesmo com o Greengrass trabalhando aqui também, a saída do Tony Gilroy(roteirista dos anteriores) ocasionou em um efeito negativo. As motivações do protagonistas são pouco convincentes, a trama é genérica e existem muitas soluções previsíveis.
A ótima trilha sonora agrega bastante para o ritmo da trama, deixando as cenas mais intensas e criando um tom mais sério. A luta final, além de possuir uma coreografia excelente, tem uma fotografia de encher os olhos. Aliás, não só essa luta, como todo o filme. As paletas de cores da franquia sempre me impressionam.
Dentre os filmes protagonizados pelo Damon, esse é o mais fraco. Ele peca em acrescentar pouquíssimos detalhes novos e só fazer mais um filme, e não, fazer mais um grande filme. Essa continuação demorou muitos anos para ser feita, entretanto, não entregou um resultado à altura do potencial da franquia. Apesar do caso ser interessante e encaixar na trama, deixou uma impressão de desleixo. Não senti o propósito de ter uma construção do personagem, ficou parecendo que ele estagnou.
Jason Boune é um bom filme, possui a essência da franquia e pode empolgar, contudo, não entrega uma experiência nova e agrega pouco ao todo. Acho difícil que saia algo ruim dessa equipe, espero q só voltem quando possuírem uma ótima ideia e estiverem dispostos a arriscar.