Overview
A história de um canalizador da cidade de Boston, nos Estados Unidos, que é forçado a voltar para a cidade de Manchester, no Reino Unido, após descobrir que o seu irmão morreu. Já em terras inglesas, vai ter de tomar conta do sobrinho de 16 anos, mas acaba por lidar com uma tragédia secreta do seu passado.
Kenneth Lonergan volta com a trama mais pesada possível e é forte candidato ao Oscar.
Lee Chandler tem que retornar a sua cidade natal após o falecimento precoce do seu irmão e tem que lidar com tragédias de seu passado obrigatoriamente, já que é o tutor de seu único sobrinho.
O longa é narrado de forma não linear, contando pouco a pouco os traumas de Lee, tendo um controle perfeito na forma como cada personagem secundário (pai, tio, sobrinho, ex-esposa, amigos) participa na trama principal. O filme narra através dos olhos de Lee a queda de toda uma família, mas passeia entra drama adolescente comum (namoradas e sexo) e humor, entretanto não é utilizado para fazer o público rir e sim como uma forma de apreciar cada momento de felicidade da família e fazer sentir a queda daqueles momentos especiais junto com o personagem principal. Toda a harmonia se deve ao fato do filme ser escrito e dirigido pela mesma pessoa, Kenneth Lonergan (roteirista de Gangues de Nova York).
Casey Affleck (Interestelar), está excelente. O ator merece todos os créditos possíveis, Lee é uma pessoa destruída por dentro e tem que fingir está tranquilo todo o momento, o irmão do Ben Affleck consegue passar todo o desconforto do personagem ao ter que lidar com chatices do dia-a-dia ou segurar a barra para dar o conforto ao seu sobrinho que acaba de perder o pai.
A naturalidade como a história é escrita é fantástica, apesar de diversos acontecimentos que podem acabar mentalmente com qualquer pessoa, ela decorre de forma suave. Não se tem a ideia de impressionar o público com acontecimentos fatídicos aleatórios facilmente encontrado em cliffhangers de seriados.
Dramático e reflexivo, Manchester à Beira-Mar é para tocar o coração até dos mais fortes que se negam a chorar com um Marley e Eu da vida.