Overview
Antes de ser a Mulher- Maravilha, era Diana, a princesa das Amazonas, treinada para ser uma guerreira invencível. Criada numa ilha paradisíaca protegida do mundo exterior, é quando um piloto americano que cai nas suas águas e fala sobre o enorme conflito que acontece no mundo, Diana deixa a sua casa, convencida que pode parar essa ameaça. A combater ao lado de homens numa guerra para acabar todas as guerras, Diana irá descobrir a capacidade máxima dos seus poderes…e o seu verdadeiro destino.
Depois de A Origem da Justiça ter divido muitas opiniões e Esquadrão Suicida ser massacrado, ter mudanças no tom das produções e diversos problemas, eis que a Warner/DC resolve deixar suas equipes de lado por um momento e focar novamente em uma aventura solo de um grande nome dos quadrinhos, assim como há anos atrás.
Pelo o que observei, desta vez, a Warner saiu da zona de conforto e criou algo inédito: Patty Jenkins foi a primeira mulher à dirigir um filme dessa escala em toda a história do cinema. Deu pra notar a diferença de uma mulher dirigindo uma protagonista, principalmente por não ter a sexualização desnecessária que tantos diretores (né, Snyder e Ayer) adoram inserir e criar cenas fora do contexto.
A duração é longa, porém não sentimos o tempo passar. Os atos são divididos de forma inteligente e o interesse vai aumentando cada vez mais, assim como a escala dos acontecimentos.
Um dos maiores méritos da produção é não ter medo de ousar. Existem muitos cenários, batalhas, drama e possibilidades que são exploradas sem medo. Acredito que a diretora não ficou pensando em alguma forma de agradar à todos, ela só queria ter liberdade para contar essa história poderosa de forma honesta, e assim conseguir cativar o público.
Falando na diretora, Patty Jenkins, preciso confessar que fiquei impressionado com o trabalho dela. Eu sempre fico curioso quando diretores acostumados com TV ou filmes independentes pegam algum blockbuster, e o resultado da Patty é incrível. Como eu disse anteriormente, parece que na primeira oportunidade que ela teve de pegar um trabalho grandioso, expandiu ao máximo suas habilidades. É uma direção muito inspiradora. Dá pra notar claramente que ela tinha o controle de absolutamente tudo que estava fazendo e imprimiu seu estilo. Ela passou por cima de seus desafios e os transformou em sua marca, com lutas excelentes repletas de slow motion e enquadramentos aproveitando os distintos tipos de situações. Talvez, sem ela, teríamos mais uma produção com visão genérica.
A narrativa é dinâmica e possui bastante ação. Pode ser que o slow motion incomode, mas eu achei que houve uma boa utilização. Os efeitos visuais ficaram ruins em alguns momentos, mas nada que comprometa o conjunto da obra.
Outros aspectos marcantes são a fotografia e a trilha sonora. Existem muitas cenas onde a fotografia toma toda a atenção, e somada à trilha, fazem uma dupla forte criando sequências excelentes.
Todo o elenco está bem, mas a Gal e o Chris se destacam. O relacionamento deles funciona e possuem uma boa química. Ambos são ótimos alívios cômicos, mas no drama a nossa protagonista deixa a desejar. Entretanto, a Gal é a própria Diana Prince. Ela estava destinada ao papel. A transição entre a inocência e amadurecimento da personagem, os olhares nas batalhas e sua entrega à personagem são notáveis. As pessoas que tanto reclamaram na época da escalação, devem estar satisfeitos agora.
Além do filme cumprir sua proposta, é extremamente divertido e possui muita alma. Existem críticas sociais e observação de momentos históricos de uma forma humanizada através dos olhos da Diana. O amor e ódio são abordados de maneira inteligente entre seus paralelos. É tão empolgante que em diversos momento me deu vontade de ficar em pé e apenas aplaudir. Sabe aquela sensação maravilhosa de sair de uma ótima sessão de cinema e ter ficado extasiado com o que acabou de vivenciar?! Isso é Mulher-Maravilha.
Então, assisti o filme ontem. Gostei dos pontos abordados. Só uma coisa eu acho que não fez muito sentido, quando falam da sexualização desnecessária. No BvS eu vi reclamações sobre uma tomada na luta que foca entre as pernas da WW, eu só fui perceber depois que li na internet e reassisti o filme. Numa das primeiras cenas de treinamento logo no começo do filme tem um close na bunda de uma amazona. 3 diretores do DCEU fizeram, mas na crítica você só citou 2. Nessa parte da crítica acho que você deixou um desagrado pessoal para com os outros diretores falar mais alto, acho que você deveria ser mais coerente ao abordar isso logo no começo de um texto. Uma citação dessa pode tirar toda credibilidade dos seus argumentos. Fora isso bom texto, gostaria de ver críticas com spoiler no site também.
E ae, Ricardo!
Cara, o Snyder já tem esse costume de sexualizar suas atrizes há muito tempo. Em BvS, na cena que você citou, normalmente o diretor deveria focar na expressão da personagem(como você fez), mas, ao meu ver, ele queria sair do contexto da batalha e sexualizar a atriz. O estilo de plano e enquadramento que ele usou é muito suspeito, pois a câmera passa no meio das personas dela e em uma posição estranha. Todo o conjunto é desnecessário, enquanto poderia ter enquadrado só do abdômem pra cima e ter valorizado a expressão do momento.
Eu, sinceramente, discordo de você em relação à esse close na bunda de uma amazona. A Diana e as amazonas usam roupa curta e em nenhum momento houve alguma exposição desnecessária.
Pode ter parecido que eu estava alfinetando por algum desagrado pessoal, mas nem tudo o q parece é. Foi ao contrário. Sou apaixonado por quase todos os filmes do Snyder e o Ayer é um grande diretor, a única grande reclamação que tenho pra fazer deles é essa. Além de terem perdido a mão no DCEU(apesar de q no caso do Ayer teve o envolvimento da Warner).
Fico feliz que tenha gostado do texto. Pretendo fazer mais críticas com spoilers, sim. Pode deixar! 😉
Não acho que ele sexualiza os corpos não. Vejo ele cultuando mais o corpo em seus filmes do que sexualizado, como em 3oo, Watchmen e até no próprio MoS por exemplo. Sobre a cena de BvS acho que me expressei mal, quando disse que percebi foi no sentido de ver a cena, mas ainda não acho que foi sexualização. Dos trabalhos dele o único que eu acho que usa isso é o Sucker Punch, mas a sexualização tem ligação com o enredo do filme. Fiz esse comparativo das duas pois o texto deixa essa sensação de desagrado pessoal mesmo, você só precisa deixar mais claro mesmo o que acha.