Overview
A trama gira à volta de uma mãe chamada Karla McCoy que vive uma vida perfeita com o seu filho Frankie. Mas quando no parque da cidade, onde costumam divertir-se, Frankie é raptado por uma mulher desconhecida, Karla vai ter a missão de mobilizar as pessoas da cidade e fazer tudo ao seu alcance para o salvar.
Halle Berry é uma das atrizes que mais sofreu com a conhecida “Maldição do Oscar”. Depois de sua histórica vitória por A Última Ceia (Monster’s Ball, 2001), a atriz era uma promessa de grandes papeis e grandes filmes. Infelizmente, não foi isso que aconteceu, e, apesar de ter bons filmes em sua carreira depois do Oscar, ela nunca mais chegou perto de aclamação crítica. Em “compensação”, foi indicada três vezes para o Framboesa de Ouro, que premia os piores trabalhos do ano, e venceu Pior Atriz por Mulher-Gato (Catwoman, 2004).
Desde então, temos esperado seu retorno triunfante. Não é em O Sequestro (Kidnap, 2017) que esse retorno acontece, mas ficamos felizes que ela ainda esteja tentando. Nesse filme, ela interpreta, mais uma vez, uma mulher que tenta resgatar uma pessoa sequestrada. Em Chamada de Emergência (The Call, 2013) ela trabalha para a polícia e tenta resgatar uma garota. Em O Sequestro, as coisas são um pouco mais pessoais, já que ela quer salvar o próprio filho que foi levado de um parque enquanto ela estava distraída.
O filme começa introduzindo os dois protagonistas: a mãe e o filho. Em uma pequena montagem vemos a criança crescendo, provavelmente para nos apegarmos, e em seguida vemos o trabalho da mãe como garçonete. Não tem importância nenhuma na história, apesar do filme gastar bons minutos nisso, mas ajuda um pouco a mostrar que a única coisa boa que ela ainda tem na vida é o filho.
Quando eles finalmente vão para o parque onde a história começa, o filme não para mais. São 15min de introdução e mais de uma hora de perseguição implacável. É aqui que o filme faz valer o ingresso. Não tem grandes desenvolvimentos, não existe um grande esforço pra você se importar com os personagens… Mas se a ideia era um filme que não fica parado nem por um segundo, é um sucesso. Eles fazem de tudo para não te dar descanso. Muitas vezes, repetindo coisas que já fizeram, e que perdem o impacto cada vez que acontecem.
Halle Berry carrega o filme nas costas. Não é uma grande atuação, mas é um carisma quase palpável. Você pode não se importar sozinho, mas você se importa com o que ela se importa. É a influência de uma atriz de nome em projetos assim. Ela faz valer seu cachê. O resto do elenco não tem nem chance de mostrar se sabem o que estão fazendo ou não. Nem mesmo a criança. O filme é 100% da Halle Berry e se a câmera não está grudada em seu rosto, está focando nos carros em alta velocidade.
A grande falha do filme é não tentar entregar nada novo. Dentro desse gênero de perseguições e sequestros, o filme utiliza todos os clichês que consegue. Isso não torna o filme ruim, mas o deixa levemente covarde. A protagonista imortal, os carros com gasolina infinita (a não ser que seja relevante pro roteiro que ela acabe), a polícia incompetente que obriga os personagens a agirem por conta própria, as frases de efeito e por aí vai. Culpa da inexperiência do diretor e do roteirista, que não têm nenhum grande trabalho em suas filmografias.
Não é um grande filme, mas não é tão ruim quanto parece. Halle Berry entrega uma atuação competente, mas não impressionante, carregando o filme pelo carisma. O filme sabe manter seu ritmo constante, apesar de em alguns momentos fazer uso desnecessário de Slow Motion em cenas que já são paradas, o que não faz sentido, e com falhas na edição em mostrar carros vazios sendo atingidos quando eram pra estar com a protagonista dentro. É mediano em tudo, mas entretêm. No fim das contas, vale o ingresso se quiser adrenalina e grandes exageros. É divertido de assistir, se você não se importar que algumas coisas não façam sentido.