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Em Guerra, no terceiro capítulo do aclamado blockbuster, César e seus companheiros são forçados a um conflito mortal com um exército de seres humanos liderados por um Coronel implacável. Depois de sofrer perdas inimagináveis, César luta com seus instintos mais obscuros e entra numa missão para vingar a sua espécie. À medida que a viagem chega ao fim, César e o Coronel confrontam-se numa batalha épica que determinará o destino de suas espécies e do futuro do planeta.
Em 2011, muitas pessoas não estavam com a expectativa grande em relação ao reboot do clássico Planeta dos Macacos. Diversos produtores executivos fazem reboots visando apenas o lucro em cima de algum título famoso, porém, felizmente, alguns produtores também querem contar boas narrativas, como foi o caso de Planeta dos Macacos: A Origem.
Neste filme, Matt Reeves reafirma o motivo de ter sido a escolha ideal para o cargo.
A expectação criada pelo antecessor em relação à guerra é correspondida. A classificação indicativa é baixa, mas criam sequências de batalha incríveis, é violento e não tem medo de arriscar. Além disso, um dos desafios de concluir a trilogia, é justamente o caminho que seguirão até o ápice. Conhecemos o caminho genérico, no entanto, esta não é apenas uma narrativa que envolve conflitos, devido aos diferentes desenvolvimentos emocionais do protagonista e seus companheiros.
Caesar é um dos melhores personagens que vi no cinema nesta década. Sua dualidade entre o que quer e o que precisa fazer é desenvolvida com uma grande perspicácia. Dificilmente vemos um personagem tão complexo e carismático em um blockbuster. Andy Serkis fez um dos melhores trabalhos de sua carreira. Ele está excepcional neste final, e ainda mais impressionante do que nos antecessores. Uma inesperada surpresa em meio à um grande elenco é o novo Steve Zahn(Bad Ape). Em meio a tensão, ele consegue ser um ótimo alívio cômico e um personagem cativante.
O que mais me incomodou foi o antagonista(The Colonel). No ato inicial criam uma expectativa de quão amedrontador ele é, entretanto, em momento algum isso funciona. Atuação mediana, nada intimidadora e completamente sem carisma. As tentativas de criar medo no público são falhas, assim como o desenvolvimento do personagem. Se fosse um filme fraco, talvez ele passaria batido, mas em Planeta dos Macacos ele fica muito aquém da qualidade.
Apesar do roteiro ser incrível e cheio de diálogos inspirados, alguns incomodam bastante. Em algumas conversas do Caesar com o Colonel, os diálogos são expositivos e completamente desnecessários. Tentam situar o público de forma preguiçosa.
Matt Reeves provou novamente que domina completamente este universo. É impressionante a filosofia que ele incorpora dentro de cada personagem, sem precisar definir o certo e errado, mas mostrando a luta de cada raça pela sobrevivência. Mesmo com o ritmo frenético permanente das ótimas cenas de ação, ele consegue incorporar uma emoção poderosa em diversas cenas.
Os primatas conseguem estar ainda mais reais do que nos anteriores. Os efeitos visuais não são apenas impressionante neles, mas também em todas as cenas. Junto com os efeitos, a fotografia, trilha sonora e direção de arte constroem um trabalho magnífico.
Planeta dos Macacos: A Guerra conseguiu escapar da maldição do terceiro filme. É extremamente tocante, tenso e poderoso até em pequenos gestos. Certamente conseguimos mais uma ótima trilogia.