Overview
Arthur é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern, que destruiu sua família.
Ao recriar um mito presente na consciência coletiva das pessoas, há maior precaução para que a estória não se perca na obviedade, e esse é o caso da nova releitura do Rei Arthur, já que a estória é apenas um conto com três grandes características essenciais: O líder hereditário – o próprio Rei Arthur -; Sua espada com poderes mágicos – Excalibur -, e, claro, o mago que energizou a espada – Merlim.
Tanto o diretor do longa, Guy Ritchie, quanto sua distribuidora, Warner Bross, colocaram essas precauções – necessárias – quanto a obviedade em prática, porém falhando em alguns aspectos. A própria Warner passou por isso quando lançou, anteriormente, a releitura de outro conto presente no imaginário popular, que foi o caso do filme A Lenda do Tarzan, avaliado negativamente pelas críticas. As características do cineasta também não passaram despercebidas, já que Ritchie é mestre em desenvolver estórias com perseguições, lutas e muita ação, pontos favoráveis do filme em questão.
As medidas escolhidas para tornar inevidente a previsibilidade do conto foram muitas: Caracterização extrema do vilão, Vortirgen (interpretado pelo Jude Law); Super valorização da ficção criando cenários exorberbados quanto ao misticismo presente na estória; E – acredito que a pior delas – a sua modernização. Apesar de ser um conto de época, a estória passou por uma adaptação pós moderna, fazendo o filme se tornar um blockbuster, além de, em muitos momentos, remeter a características de filmes de super heróis – protagonista resignificando sua história com pólos entre vida difícil à ascensão de um poder, além de seu processo de inicialização/adaptação enfrentando seus monstros e o peso do passado para poder administrar o seu grande poder – Excalibur – com consciência e sabedoria.
A boa utilização do drama é um ponto positivo, há muitos diálogos inteligentes e cenas comoventes que, possivelmente agradará um público não tão habituado com o genêro ficção. Os personagens são interessantes, é possível desenvolver empatia por eles, porém, há um aprofundamento focado apenas no desenvolvido do personagem do Rei Arthur – este sendo retratado com vaidade e arrogância -, deixando de lado muitos personagens e histórias com grande potencial para serem abordados – como o próprio vilão, a Maga e As Terras Sombrias.
Em contrapartida das atuações medianas e do figurino desleixado, a trilha sonora é impecável. Há bom desenvolvimento de cenas e muitos estímulos visuais, impossibilitando o filme de ser monótono. O 3D é excelente – destaque que assisti numa sala XPLUS, com Dolby ATMOS, o que possibilita uma experiência imersiva íncrivel.
Prometendo continuação, Rei Arthur deixa a desejar em muitos aspectos, se tornando um blockbuster sem sua essência nostálgica.