Overview
Velozes e Furiosos está em um patamar que talvez nem os envolvidos saibam como que a franquia chegou neste nível. Está em um ponto em que pode contar com orçamentos absurdos e atores “oscarizados” para participar de uma ação pipoca, os quais provavelmente não aceitariam o papel se a produção fosse de um título que precisasse se provar no mercado.
A hacker Cypher (Charlize Theron) planeja um ataque global e pretende contar com a ajuda de Dominic Toretto, o convencendo a participar da ideia megalomaníaca através de chantagens fortes capazes de fazer o eterno líder virar as costas para família. O time Toretto tem que enfrentar seu alfa se quiser salvar o dia neste novo episódio.
Sem o apelo emocional devido a morte de Paul Walker no sétimo filme e sem a condução de James Wan (agora em Aquaman e dando continuidade a sua franquia de terror Invocação do Mal), a sequência perde muito peso apenas entregando de forma mediana tudo que se espera do projeto, voltando a se equiparar com as ideias econômicas da própria série quando dava seus primeiros passos ou passou pelo processo de reinvenção, porém com muito dinheiro para enfeitar. Falta ao diretor personalidade para dar identidade a cada ambiente, mantendo a paleta de cores para todas as cidades e abordar a ação sempre recorrendo a câmera lenta. Não espere evoluções das cenas do sétimo filme como os carros saltando entre prédios , as cores vivas para Dubai e frias para as noites de Los Angeles e as lutas diferenciadas entre carros, socos e “espadas”.
A forma de conduzir carros em locais que quebram as leis da física está lá, mas filmado de forma menos espetacular, sempre com um olhar do objeto em movimento. Mas isso não casa com a ideia de trazer algo mais físico e real, já que se encontra aqui ataque de carros “zumbis”, Lamborghinis pilotadas sobre gelo e assim por diante.
A parte muito boa nesta nova aventura é a necessidade de sempre aumentar a família, lhe dando futuro e não ficando estagnado nos personagens chave. Scott Eastwood quer muito fazer parte de uma equipe suicida que pode dar certo e partiu de Esquadrão Suicida para Velozes e Furiosos. Seu personagem não tem profundidade (no fundo nenhum tem, apenas personalidades básicas para diferencia-los, talvez a grande profundidade se encontre no conjunto e a ideia da família. É a abordagem feita desde o primeiro filme lá em 2001). O filem se engaja no gênero da “farofa”, permitindo ao público não se preocupar com a continuidade da entrada do Jason Statham para a família, desconsiderando que ele matou o nosso querido Han.
Com o diretor certo pra ação mas errado para ação extravasada, Velozes e Furiosos não faz nada além do necessário para agradar seus fãs e agarrando todos os clichês da franquia com direito a abertura em locais paradisíacos com música legal, Dom passando sua corrente de prata pela 8637634937 vez, seu carro empinando e frases de efeito sobre como a família é importante.
O filme tem muita tentativa de surpresas e fan services, é recomendável evitar spoilers!