Overview
1887, cidade de Agra, na Índia. Dois jovens locais são escolhidos para viajar até Londres de forma a presentear a rainha Victoria (Judi Dench) com uma valiosa moeda local. Ao chegar, tanto Abdul (Ali Fazal) quanto Mohammed (Adeel Akhtar) estranham bastante os costumes da realeza britânica, sempre a postos para mimar a rainha. Ao entregar a moeda, Abdul quebra o protocolo e encara a monarca. Tamanha ousadia chama a atenção da rainha Victoria, que através de várias conversas não só passa a conhecê-lo melhor como também o transforma em seu conselheiro. Esta decisão não agrada nem um pouco a corte inglesa, que não entende como um humilde indiano pode ser detentor de tal honraria
Hollywood tem grande carinho pelo inglês Stephen Frears, assim como seus fãs. Uma das características marcantes do diretor é a forma como ele percorre de uma obra prima para filmes com conteúdos totalmente inexplorados, uma façanha que poucos cineastas conseguem com tamanha frequência. Em Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha não é diferente, Frears abusa do auto clichê com roteiro e até mesmo atores – Judi Dench – repetitivos.
O filme retrata a historia verídica da monarquia, com foco na rainha Victoria, esta vivida por Judi Dench. Dois homens indianos viajam para Londres onde possuem a missão de valorizar a rainha dando-a uma valiosa moeda local, estes, por sua vez, se deparam com uma cultura totalmente diferente da sua. Apesar da extravagância e singularidade da corte inglesa, ambos, Abdul (Ali Fazal) e Mohammed (Adeel Akhtar), passam a servir a realeza.
Logo no primeiro ato, o filme abusa dos arquétipos, apresentando personagens estereotipados. Uma rainha cercada de pessoas interesseiras que constantemente a subestimam, comportamento que a torna mais reservada e monótona, contrapondo raras explosões de moralidade, ética e empoderamento feminino. E um estrangeiro, Abdul, que logo cativa Victoria pela quebra da rotina dos costumes e frieza britânica. Ambos desenvolvem uma amizade, regada a companheirismo, sinceridade e afeto – que, consequentemente, não agrada muitos.
Ambientado em 1887, o filme expõe a xenofobia e racismo da época. Onde Abdul, negro e muçulmano, é constantemente perseguido e menosprezado por ser de uma região e cultura oposta da corte. Personagem simples e carismático, ambos envolvem o público despertando, constantemente, emoções e boas risadas. As atuações de Ali Fazal e de Jude Dench contribuem muito para a relação ser tão cativante, ambos entregam atuações excelentes, com genuínas expressões humanizados.
Com uma fotografia memorável realçando paisagens européias e indianas – enfasse para as belíssimas cenas com o Taj Mahal ao fundo -, Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha peca ao retratar personagens caricatos e uma utilização excessiva do humor, desvalorizando uma possível carga dramática densa acerca da xenofobia e das relações de poder constituídas na corte. Outro filme do Frears que entra para lista dos não tão aproveitados.