
Sexta temporada teve uma bela construção na liderança do protagonista mas escorregou no final ao fazer um sensacionalismo não necessário para série de tamanha grandeza, porém o retorno se redime e entrega talvez o melhor episódio do show.
Jeffrey Dean Morgan já deu as caras na temporada anterior cheio de frase de efeito e um visual impecável, e todo o hype criado para o amado ator viver o vilão Negan é muito mais do que satisfatório. Uma das grandes perguntas sobre o personagem seria se ele teria a boca suja cheio de palavrões, não tem, mas investem na imagem do vilão e colocam tudo de ruim em um personagem fazendo perversidades simplesmente porque pode e/ou quer inflar seu ego (o que se encaixa perfeitamente em um universo sem sociedade estabilizada). Ele assume o papel de macho alfa líder do bando que impõe medo ~respeito~ estiloso e consegue tornar a queda do Rick em algo espetacular, o cheio de pose e “tem ideia de que com quem você está falando” morre e dar espaço a homem sem saídas orando pela vida de sua família.
Por falar em Rick, seu interprete Andrew Lincoln, dá um show e já merece especulações no Emmy, seu personagem não tem um minuto de descanso durante todo o episódio e torna a imponência do Negan maior ainda. Ele consegue viajar entre medo,ódio e tristeza.
O mesmo não pode se dizer de Chandler Riggs (Carl), ele é praticamente um no “expression language” durante todo os 46 minutos do episódio e por culpa exclusivamente dele, um dos ápices do episódio não é de qualidade 100%.
O suspense de quem morreria a pancadas pela Lucille nesse episódio é excelente, mas no contexto é desgastado pelo final da temporada anterior, entretanto quando a fatídica morte acontece é para agradar até os fãs mais hardcores que desejam tudo igual na hora da adaptação, a cena literalmente “cospe” imagens dos quadrinhos.
Dramático, sofrido, ágil e com fanservice The Walking Dead retorna da maneira mais gostosa possível.